quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Lover, you should have come over


What do you do when someone you love lets you down?
Really fucks you over...
Sabes o que hoje me veio à cabeça? Aqueles tempos remotos em que nos cumprimentávamos com um beijo meio seco e rápido nos lábios. Soava tão rotineiro, tão normal, mas no entanto tão íntimo. Sinto falta desses hábitos, sabes? Eram gestos tão simples mas no entanto tão grandes.
Sabes quando estamos a ter o pior dia possível mas depois acontece algo que muda tudo num piscar de olhos? Tu eras essa minha lufada de ar fresco, tu conseguias mudar tudo o que quisesses em mim, era o quão poderoso tu eras. Dizias "salta" e eu perguntava "quão alto?" e parte de mim acha que foi isso que acabou por me destruir, talvez não tenhas sido tu, não, eu autodestrui-me. Afinal, tu deixaste-me ir mas fui eu, eu e só eu que insisti em ficar, mesmo sabendo que nunca mais estaríamos no mesmo pé, lado a lado e a pisar o mesmo chão.
A culpa é minha por querer que não abandonasses o meu coração, fui eu que me habituei a amar-te e fui eu que deixei de conseguir imaginar a minha vida sem o fazer, talvez porque sem ti sinto-me menos completa e eu já sou tão pouco, tão fraca e tão vazia que não me podia (nem posso) dar ao luxo de deixar perder mais um bocado de mim. Mas sabes o que dizem, não podemos ter tudo o que queremos mas talvez consigamos o que precisamos e é aí que eu ainda não consigo decifrar, ainda não consegui perceber se és o que eu preciso para além do que eu mais quero.
Sabes que mais? Espero que não. E o triste é que eu sei que tu também.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Our fingerprints don’t fade in the lives that we touch

Tenho saudades de escrever para ti. Sim para ti, sempre senti que escrevia para ti e não sobre ti porque, afinal, tudo isto são as palavras que nunca tive coragem de te dizer e que tu, admite, não quiseste ouvir. Tudo o que está escrito neste espaço tu sabes, tu sentiste nas próprias mãos, nos próprios lábios mas deixaste escapar tudo entre os dedos porque é tão mais fácil fingir que não se sabe do que enfrentar uns olhos cheios de amor e não conseguir responder-lhes de volta. Sempre foste adepto do caminho mais fácil mas isso nunca acabou a beneficiar nenhum dos dois, eu fiquei na merda e tu sempre a voltar para me limpar as lágrimas. Porque voltaste tantas vezes quando nunca tiveste a intenção de ficar? Eu esperei, eu sentei-me no mesmo sítio uma e outra e mais quantas vezes à tua espera e tu viesses, tu vinhas e eu abria os braços para te receber de volta, prendia os meus olhos aos teus para que não pudesses escapar mais mas quando menos esperava (e mais precisava de ti) tu desaparecias, deixavas-me caída no escuro, entre nós ficava aquele enorme abismo cavado e depois sobriamente tudo acabou. As estrelas caíram-me sobre os ombros e o chão sumiu-se entre os meus pés, eu senti cada pesar em todas as zonas do meu corpo, tu viste como me doía a alma e como me doía o coração, mas mais uma vez afastaste-te até eu não te conseguir falar com os olhos.
E agora, agora tu partiste mais uma vez, mas quando eu pensava que não podias afastar-te ainda mais de mim tu arranjaste forma de o fazer, mudaste de cidade, abraçaste-me com força e eu deixei-me chorar no teu ombro enquanto a palavra “saudade” saía da minha boca. E eu tenho tantas saudades tuas, amor meu, morro de amor por ti e confesso, amar-te foi o desafio mais difícil a que alguma vez me submeti.