I'm a bad boy 'cause I don't even miss her
I'm a bad boy for breaking her heart
Cada vez tem sido mais difícil deitar cá para fora o que resta para dizer. Quando pensamos que já não há cá nada que expressar surpreende-mo-nos com as partidas que o coração nos faz. Ontem podia jurar que te tinha nos braços novamente, eu sei, soa a repetição e cliché mas era tão real. Podia jurar que podia percorrer os meus dedos pela tua pele delicadamente e que o silêncio nos envolvia deliciosamente e que os teus beijos estavam cada vez mais ternurentos. Eu era tua e conseguia sentir que desta vez tu eras meu, não em parte, mas na totalidade e só meu. Não eram precisas palavras para o dizer; apenas gestos, acções, actos…
Beijaste-me os olhos e sorriste-me como sabes que eu gosto, eu deixei que encostasses a tua boca ao meu ouvido, o quarto continuava mudo mas não é verdade que nos entendemos melhor quando murmuramos baixinho um para o outro?
De dedos entrelaçados, olhares presos e narizes a tocar um no outro eu quebrei o silêncio enquanto tu, com a mão livre a me afagavas o cabelo cheio de nós, corri o risco de perder o momento, de deixar escapá-lo, mas eu disse, mesmo sabendo que não acreditavas que pudesse ser possível porque tu nunca compreendeste estas minhas coisas, eu disse-te, bem baixinho, para que prestasses atenção a cada sílaba “é impossível alguém amar como eu te amo”.
Tu olhaste-me nos olhos, passaste a tua mão pela minha cara como costumavas fazer quando me vias na escola, “eu sei e estou pronto a amar-te de volta”, as palavras exactas saíram-te da boca e eu não consegui evitar deixar cair uma lágrima, aquela minha triste figura que estavas tão habituado a contemplar, mas desta vez tinha um brilho diferente, eu chorava de felicidade.
(...)
O sol irrompeu pela janela do meu quarto e os meus olhos entreabriram-se a medo da claridade da manhã. Flashes sucessivos inundaram a minha cabeça, a tua cara, as tuas mãos, até o teu cheiro eu jurava que podia sentir mas tu não estavas ali. Já um sábio filósofo dizia “as palavras mentem, as imagens enganam” e eu, eu fui mais uma vez enganada pelas memórias que geram histórias e me deixam no cúmulo da felicidade quando estou inconsciente mas tudo acaba no momento em que a noite acaba também e os olhos se abrem. Pudesse eu usufruir dos meus sonhos…
When you're dreaming with a broken heart
The waking up is the hardest part
4 comentários:
Era tão bom que pudéssemos recrear os nossos sonhos na nossa vida real. Tudo bem, se os recreássemos na totalidade era capaz de desequilibrar o universo um bocado... bastante, mas servia uma parte. Por mais pequena que fosse, servia uma parte. E nós fazíamos o resto à nossa maneira, e era tudo tão melhor e tão mais nosso.
Sabes, sonhar alimenta a felicidade instantânea. Como comida que metes no micro-ondas, programas uns minutos, tiras e comes.
Sometimes I feel like throwing my hands up in the air
I know I can count on you
Sometimes I feel like saying "Lord I just don't care"
But you've got the love I need To see me through
Sometimes it seems that the going is just too rough
And things go wrong no matter what I do
Now and then it seems that life is just too much
But you've got the love I need to see me through
When food is gone you are my daily meal
When friends are gone I know my savior's love is real
Your love is real
You've Got The Love
You've got the love, Florence and the Machine (2009). Covering Candi Staton (1986)
*versão original que nem se compara com a versão da banda da Florence.
:)
(ouve a música ^^)
Enviar um comentário